A
morte está à espreita, num intervalo de tempo entre um passado que se foi e um
futuro cada vez mais incerto. Quando uma vida se vai, não vai apenas aquele que
morre, mas aqueles que perdem uma parte de sua vida pela saudade deixada, a
morte de um jovem em Santa Cruz do Capibaribe levanta revolta e questionamentos
dos mais diversos, achar os culpados, punir os revoltosos, ver quem é quem no
jogo da vida se torna algo tão elementar quanto entender o mistério que envolve
a vida finita e muitas vezes insignificante que carregamos.
Fosse
outra cidade também se levantariam os ódios e se choraria a despedida, mas em
uma cidade que de tão rica esqueceu-se de valorizar o que de mais rico há que é
a vida, um momento como esse embora muito triste também é um momento de
reflexão em torno do passado que deixamos e do futuro que queremos para nós,
nossos filhos, para a próxima geração que já não demora tanto quanto antes para
surgir.
Morremos
a cada dia um pouco, no entanto, o risco está sempre por perto de termos nossa
história terminada antes do tempo que previmos, portanto amar não pode ser para
amanhã, cuidado não pode ser para ontem, pois o hoje é o que de mais certo
temos, talvez como citado em artigo pelo grande Luc Ferry, “o
sábio, eis a definição, é ‘Aquele que chega a lamentar um pouco menos, a
esperar um pouco menos, e a amar um pouco mais’”. Que Cleiton Vinícius esteja
em paz. No mais fica o dito para ser reescrito e ponto final.
0 comentários:
Postar um comentário